Moção de apoio à greve dos professores e das professoras da rede pública de ensino oficial do Estado de São Paulo
Essa manifestação pública se deve ao fato de que não se verifica no horizonte outro tipo de recurso contra a política de desvalorização do magistério e de desrespeito ao direito fundamental de todos e todas as paulistas terem acesso a uma educação de qualidade. Assim, é legítima e necessária a greve contra um governo que há 20 anos implanta no Estado mais rico da nação uma educação de péssima qualidade, apurada inclusive pelos próprios índices oficiais.
Se a situação já se configurava como muito difícil aos professores e professoras, que enfrentavam infraestrutura pauperizada, violências de toda espécie, péssimas condições didático-pedagógicas e precarização do trabalho docente, haja vista a situação vivida pela categoria “O”, e mesmo assim sendo recorrentemente responsabilizados pessoalmente pelo fracasso escolar, ela se agravou na passagem do ano de 2014 para o de 2015, sobretudo, com o fechamento de cerca de 3200 salas de aula, que acarretou em desemprego para mais de 20.000 professores e a superlotação de classes já ocupadas para além do limite desejável para o bom desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Somado a isso, têm-se, ainda, a desvalorização salarial dos professores por um governo que não reconhece pelo mesmo salário profissionais de nível superior, rebaixando os vencimentos dos docentes frentes às demais categorias de nível universitário. É esse argumento que sustenta a justíssima reivindicação de 75,33% de aumento salarial.
Essa situação precária dos professores e professoras, que já era sentida pelos alunos e pelas alunas, pelos pais e pela comunidade, agora, felizmente, tornou-se elemento de mobilização discente em várias cidades do Estado que, com apoio da UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), estão também em luta em solidariedade aos mestres.
Que não recaiam novamente sobre os professores, professoras, alunos e alunas em luta por uma educação de melhor qualidade o peso antidemocrático da repressão, que marcou e marca o governo de Geraldo Alckmin e dos que, como ele, governaram São Paulo nas duas últimas décadas.
De maneira que aos integrantes do DCHE importa tornar pública a indignação e cerrar fileiras junto com os que lutam em favor de uma educação verdadeiramente pública, universal, de qualidade social, gratuita e laica. Todo apoio à greve dos professores da rede pública de ensino oficial do Estado de São Paulo!